Ontem ficou um clima meio baixo astral por aqui com a história dos presos, mas, no fundo, não vejo apenas desgraça em sermos essas criaturas tão frágeis e influenciáveis. Me parece haver uma grande vantagem nisso que é a possibilidade de usar esse poder condicionamento ou adaptação a nosso favor.
Nada de papo auto-ajuda, por favor. Nada de olhar no espelho e dizer "eu sou o máximo" três vezes ao dia. Mas se admitimos que somos seres suscetíveis ao que o ambiente nos impõe, podemos transformar o ambiente de maneira que ele nos transforme da melhor maneira possível.
Certa vez li sobre um software que bloqueia o acesso a internet temporariamente. A idéia é que o sujeito que tem dificuldade para se concentrar ou tende a procrastinar ou costuma fazer mil coisas ao mesmo tempo sem terminar nenhuma, programe o software para bloquear a conexão por duas horas, tempo durante o qual o sujeito vai se ver obrigado a fazer o que pretendia de fato. É como colocar fora do alcance da vista aquele pacote de amendoins para parar de comê-los.
As duas coisas são apenas métodos de auto-manipulação. Há um termo psicológico para essa auto-privação, mas eu já não lembro. (Um psicólogo é a próxima coisa na minha lista de compras depois do filósofo). Mas acredito que também se possa alterar o ambiente para nos levar a fazer coisas e não apenas para deixar de fazê-las.
Uma vez eu decidi que ia usar protetor solar todos os dias. Foi um fracasso. Aí me ocorreu mudar o protetor de lugar, deixando ele na cabeceira da cama, totalmente à vista e à mão. E pronto. Funcionou lindamente. (Até o tubo acabar e eu nunca mais lembrar de comprar outro, mas isso são outros 500).
É um exemplo idiota, mas só porque eu não quero entrar em intimidades e dar exemplos relevantes. Era só pra dizer que se conhecemos um pouco dos nossos próprios mecanismos podemos criar um ambiente favorável ao processo de nos aproximar da pessoa que queremos ser.
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