fevereiro 14, 2009

O subtexto

Já se vão alguns dias e esse blog ainda tem ares de introdução. Mas faz parte do que eu espero criar aqui. Algo que seja devagar, que não tenha muito propósito além do de ser um espaço sem metas e prazos, o equivalente bloguístico a stop and smell the roses. Que ele seja devagar, é, na verdade, um meio de criar um processo atento. Não faz muito, li um artigo que demonstrava o que todos nós provavelmente já sentimos na pele, que o mundo que criamos para nós mesmos - da relação com a internet ao espaço de trabalho - diminui nossa capacidade de concentração ao valorizar a capacidade de realizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo.

Podemos administrar umas três funções de trabalho ao mesmo tempo em que resolvemos um problema doméstico e mantemos uma conversa virtual com um ou dois amigos. Mas é difícil achar alguém que diante de um problema, se desligue do resto, se concentre naquilo e não mude de assunto - nem busque um café, nem dê uma olhada no seus feeds - enquanto não chegar ao fim da questão. É um comportamento que serve às necessidades do mundo atual, via de regra, mas que também pode minar a criatividade, o olhar mais profundo e o poder de observação. Em resumo, aqui, busca-se foco.

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